Quando este assunto entrou em pauta, nós discutimos muito sobre como começaríamos a escrever sobre ele. Poderíamos começar explicando o porquê alguns pais optam por não vacinar seus filhos, levando em consideração a religião, as experiências, tudo o que pudesse justificar essa decisão – como faremos em uma parte deste texto, claro. Mas, como lutamos dia a dia para promover saúde e bem-estar aos nossos pacientes, pais, amigos e demais pessoas que nos procuram e leem o que escrevemos, decidimos começar da seguinte forma: Entenda o perigo de não vacinar o seu filho!
O Infectologista, ex-professor da Unicamp e consultor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Guido Carlos Levi, é taxativo quando o assunto é vacinar ou não. Para ele, os riscos de morte provocados pelas doenças são bem superiores aos riscos atribuídos as vacinas, que são as principais responsáveis pelo controle de surtos que chegaram a matar milhares de pessoas, como varíola e sarampo.
Vacine o seu filho e, se achar que alguém que você ama está com meningite, procure ajuda médica. Todo minuto conta
Esse trecho em destaque é o final do desabafo de uma mãe, Desiree Scofield, publicado em suas redes sociais – Facebook e Instagram. Desiree é mãe do pequeno Robbie Burchan, que acabou se tornando símbolo de luta contra a meningite na Austrália.
Com apenas 5 meses e meio, Robbie contraiu o tipo B da meningite. Assim como no Brasil, a Austrália não oferece vacina gratuita contra esse tipo de meningite. Em decorrência da doença, o pequeno Robbie precisou amputar parte dos braços e das pernas ainda bebê. Essa foto abaixo foi divulgada pela família momentos antes da operação. Achamos necessário colocar o relato na íntegra para vocês.
“Esta é uma foto que nunca tínhamos compartilhado antes, mas dado que o inverno é uma das estações de risco para contrair Meningococcal (vírus da meningite), eu queria falar sobre isso. A imagem faz parte da série que tiramos nos preparativos para a amputação dos braços e pernas de Robbie.
E como você se prepara, aliás, para uma cirurgia como essa? Como você se prepara mentalmente como pai para a idéia de que você nunca mais vai pegar nas mãos ou beijar os bebês do seu filho?
Eu lembro desse dia como se fosse ontem. Eu lembro de ter colocado nele uma regata do Super-homem porque ele é a pessoa mais forte que eu conheço. Eu me lembro de tentar ser forte. Eu me lembro da fotógrafa me abraçando mais forte do qualquer pessoa jamais fizera antes, depois que ela tirou nossas fotos. Eu me lembro de ela segurando as lágrimas e eu, estranhamente, me lembro de rir fingindo que tudo ia ficar bem, mesmo sabendo que eu estava desesperada. Absolutamente desesperada.
Nós esperamos um ano e uma semana até esse dia chegar e ainda não foi tempo o bastante para eu me preparar para o que viria.
O dia chegou, Iain e eu focamos no futuro. Enquanto Robbie estava em cirurgia, nós decidimos passar o tempo procurando casas, em busca de um lar para onde iríamos assim que Robbie estivesse bem o bastante. Uma casa com quintal para ele brincar, rir, fazer o que o agrada, e ver o céu. Estar lá fora! Algo que ele não poderia fazer direito pelos 18 meses seguintes.
Essa é a realidade do Meningococcal.
É uma mãe e um pai gritando e chorando quando conseguem um tempo para si a fim de extravasar a dor no coração pelo sofrimento do filho. E uma mãe e um pai segurando as pontas na frente do bebê para ele continuar lutando porque se ele parar, ele perde a vida. É uma mãe e um pai com medo de beijar o seu bebê doente porque vai que a gente transmite algum germe para ele, quando ele já está lutando por sua vida, sendo que isso é o que basta para ele perder a batalha? É uma mãe com medo de dormir até que a pressão sanguínea de seu filho esteja em um nível aceitável, é cirurgia após cirurgia, sofrimento após sofrimento, coração partido após coração partido e desafio após desafio e adivinha? Nós somos os sortudos. Eu agradeço a Deus por todos os desafios porque nunca quis pensar sobre a primeira alternativa.
Eu peço a vocês que compartilhem isso para que outros pais aprendam. Aprendam algo que gostaríamos de ter aprendido antes da doença de Robbie: que saibam há vacinas contra o Meningococcal que não fazem parte do calendário [público], vacinem-se e também aprendam os sintomas da doença.
Febre, vômito e náusea, irritabilidade, sensibilidade à luz, dores musculares e na juntas, pescoço rígido, entre outros.
Vacine o seu filho e, se achar que alguém que você ama está com meningite, procure ajuda médica. Todo minuto conta.”
Assim como Robbie, os casos de Jeremiah, Habby e muitas outras crianças estão expostos nas redes sociais a fim de alertar para a importância das vacinas. São tantas histórias reais que poderíamos criar uma série para contá-las. É necessário que saibamos sobre todas as doenças que as vacinas previnem mas, além disso, nós precisamos entender o que nossas escolhas conscientes podem custar para a vida de nossos filhos.
Por que alguns pais são contra as vacinas?
A recusa das vacinas pode estar atrelada a questões filosóficas e religiosas, é claro, mas a falta de informação ou o excesso dela – na maioria das vezes boatos sem comprovação alguma disseminados por whatsapp e redes sociais, acabam influenciando as pessoas.
Cada família tem a sua história particular e não cabe a nós (nem a ninguém) julgar. Essas experiências podem dar força para a corrente da não-vacinação, por exemplo. Relatos de pais contam que seus filhos tiveram reações graves após tomarem determinadas vacinas.
Telita Arantes, mãe de dois filhos e bióloga, começou a repensar sobre o assunto após o filho mais velho ter tomado uma vacina e ter tido complicações. “Meu filho foi vacinado contra catapora e mesmo assim pegou a doença muito forte. Ele teve Herpes Zóster depois e o meu mais novo, que não tinha vacina e era bebê, ficou só com uma bolinha na bochecha. Foi quando percebi que tinha algo de estranho. Como é que você vacina uma criança e se vier uma doença que é para vir mais branda, ela vem mais forte?”, questiona.
A bióloga acredita que não se deve bombardear o sistema imunológico de um bebê logo quando ele nasce e por isso diz que “a melhor vacina que tem é o leite materno”. Também parte do princípio que uma boa alimentação garante uma saúde ideal. “Eu acho que comer comida de verdade, se alimentar direito com frutas, verduras, legumes, orgânicos, que não tenham veneno, isso já é uma grande vacina”. Telita ainda completa seu raciocínio lembrando que a cultura da oralidade, na saúde, é bastante relevante quando ela toma decisões: “Tem muita coisa que o livro não traz. O que conta é a experiência, é a prática”.
Outra pessoa que participa dessa corrente de não-vacinação é Miriam Martinez, mãe de três crianças e assessora de imprensa. “Sou antivacina porque acredito que um corpo sadio em todos os aspectos não necessita de algo quimicamente prejudicial”, diz ela. Miriam ainda afirma que o crescimento de forma saudável de seus filhos é a prova que ela precisava de que estava certa.
Telita e Miriam são apenas dois exemplos de pessoas que optaram por não vacinar os filhos. Seus motivos são particulares e, pelo mundo, são diversas as motivações que levam pais a aderirem ao movimento contrário à vacinação. Medo, eficácia do remédio e às vezes até mesmo desinformação são motivos que levam adultos a tomarem tal decisão.
Em alguns países, como Afeganistão, Nigéria e Paquistão, fundamentalistas religiosos incentivam a população a não vacinarem os filhos, com medo das vacinas conterem o vírus da Aids ou causarem impotência. Nos Estados Unidos, quase todos os estados permitem a isenção de vacinas por motivos religiosos. A comunidade Amish, com seus costumes extremamente conservadores, forma um grupo forte dos que não vacinam por motivos religiosos.
Nosso intuito é passar o máximo de informação para vocês. A missão da Clínica Pediátrica Joseph El-Mann é e sempre será a de promover saúde, conforto e bem-estar para todos. Seguimos as normas e diretrizes, sendo fieis aos ensinamentos e a literatura embasada, mas também respeitamos as opiniões e vontades daqueles que confiam em nosso trabalho.
Seja qual for a sua opinião, lembre-se: Devemos proteger nossas crianças!
A clínica pediátrica Joseph El-mann é especializada em atendimentos pediátricos e neonatologia. A clínica oferece serviços de consultas em consultório ou em residência, parto assistido, aplicação de vacinas, consultas internacionais e visitas hospitalares. A clínica é chefiada pelo doutor Joseph El-mann, graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no ano de 1991.
Links usados como referências e/ou com assuntos que julgamos interessantes para vocês.
Anjos da Meningite: http://www.meningitis-angels.org/meningitis-angels-in-the-news.html
Programa Nacional de Imunizações: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/pni/
Panorama farmacêutico: https://panoramafarmaceutico.com.br/2018/02/22/vacina-aqui-nao-entenda-por-que-pais-optam-por-nao-vacinarem-seus-filhos/
Notícias UOL: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2018/02/20/imunizacao-falha-e-onda-antivacina-explicam-aumento-de-400-de-sarampo-na-europa-diz-oms.htm
Saúde Abril: https://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/futuro-em-risco-o-perigo-de-nao-vacinar-as-criancas/