Por mais difícil que seja, os pais precisam falar abertamente sobre Drogas com os seus filhos. Existem algumas estratégias que podem ser usadas, mas o diálogo, a troca de informações e estar presente na vida do seu filho é muito importante, como já falamos na primeira postagem da série sobre adolescentes (se você não leu, clique aqui).
As drogas não são exclusividade de uma classe ou gênero. As drogas estão no mundo todo e, acredite, há oferta em todos os lados. Dados da UNODC mostram que a maconha é a droga mais consumida no mundo, seguida da cocaína. Um total de mais de 200 milhões de usuários de drogas. Um negócio altamente lucrativo que consegue superar as políticas antidrogas dos últimos 40 anos.
Mas esses dados nós vemos diariamente em jornais e revistas, e são apenas para exemplificar como o assunto Drogas é complexo, ainda mais quando ele precisa ser debatido com os nossos filhos, que estão dentro da faixa etária que mais usa e/ou já experimentou algum tipo de droga alguma vez na vida.
Então, como falar sobre Drogas com o meu filho adolescente?
O impacto que as drogas tem na vida do usuário e da família é devastador. Vamos tentar ajudar a vocês nessa conversa tão difícil.
1) Esteja preparado para quando a conversa acontecer. Leia e informe-se o máximo que puder. Tenha dados concretos e histórias para exemplificar o que a droga faz e pode fazer na vida de uma pessoa.
2) Deixe que a conversa aconteça naturalmente. Marcar dia e hora para ter esse tipo de conversa faz com que o adolescente fique na defensiva e só fale o que gostaríamos de ouvir. A abordagem desse assunto torna-se mais natural quando acontece durante um filme, uma novela ou mesmo ouvindo algum caso entre os familiares. Saber aproveitar esse gatilho pode facilitar o início da conversa com o seu filho.
3) Evite conversas muito longas. Sabemos que os adolescentes, geralmente, tendem a ficar entediados com alguns tipos de conversa. Sinta o nível de interesse e curiosidade do seu filho.
4) Aborde o assunto de acordo com a faixa etária do seu filho. Até os 10 anos, por exemplo, a criança se contenta com informações superficiais devido ao nível de concentração ser ainda pequeno. Nesse caso, além das conversas precisarem ser mais curtas, o foco pode ser voltado para bebidas alcoólicas e tabaco. Já acima dos 13 anos os pais devem estar preparados e em condições de esclarecer toda e qualquer dúvida.
Por fim, como já falamos anteriormente, os pais devem manter o canal do diálogo sempre aberto para que os filhos possam se aproximar quando quiserem e precisarem de informações, apoio e carinho.
As orientações desta publicação foram baseadas na vivência de consultório e também no livro Álcool e Drogas na Adolescência, dos autores Alana Pinsky e Cesar Pazinatto.
A clínica pediátrica Joseph El-mann é especializada em atendimentos pediátricos e neonatologia. A clínica oferece serviços de consultas em consultório ou em residência, parto assistido, aplicação de vacinas, consultas internacionais e visitas hospitalares. A clínica é chefiada pelo doutor Joseph El-mann, graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no ano de 1991.