Mesada: Uma boa opção para os pais começarem a alfabetizar financeiramente os filhos? Qual o papel dos pais em relação ao dinheiro e à mesada dos filhos? Gastar com itens típicos da infância, como um álbum de figurinhas, ou repensar o desejo e guardar o dinheiro, isso deveria ser assunto pensando por elas? Reunimos várias dicas para ajudar os pais a começarem a conversar com seus filhos sobre dinheiro e a construir a educação financeira deles.
Os pais influenciam os filhos de todas as formas e, levando isso em consideração, não podemos excluir também a influência deles em relação a socialização econômica. O contato indireto das crianças com o dinheiro começa desde cedo, quando veem os pais comprando ou vendendo alguma coisa, e de forma direta, quando as crianças passam a receber a mesada dos pais e a ‘controlar’ os seus próprios gastos.
A mesada pode ser uma forma de apresentar um conceito básico sobre dinheiro que é comum para todas as idades: o de que ele acaba. É uma boa maneira de começar a ensinar, já que a criança certamente pedirá para os pais comprarem algo que ela queira muito. Dessa forma, facilitando o entendimento delas com explicações e exemplos cotidianos que envolvem o uso do dinheiro, e utilizando a mesada na prática, os pais tendem a conscientizar os seus filhos da realidade que vivem e ainda estimulá-los para que tenham uma melhor percepção dos gastos no futuro.
Pais, sejam sinceros com seus filhos a respeito da situação financeira que vocês vivem. As dificuldades ou facilidades que vocês tem devem ser expostas de maneira clara as crianças, sem influenciar negativamente com frases de menosprezo ou de forma soberba. Ela certamente usará o que vocês disserem na construção da própria educação financeira.
O valor da mesada em si não é importante, o que importa mesmo é a criança começar a se exercitar com relação ao assunto. Repare antes nos gastos que a criança tem e estipule um valor em cima disso, no entanto, não existem regras para a mesada. Ter um cofrinho e fazer dele um ‘banco da criança’ é uma forma de estimular e despertar o interesse.
Periodicidade da Mesada – Estabelecer um dia para o recebimento
Até uns 6 anos de idade: Pode-se dar eventualmente uma quantia para que a criança possa se familiarizar com o uso do dinheiro.
Dar um valor para que ela possa pagar o sorvete, para que possa guardar na carteirinha dela, para que ela perceba a relação de troca que existe entre o dinheiro e aquilo que ela deseja.
A partir dos 6 ou 7 anos: Pode-se introduzir a mesada com periodicidade semanal – a chamada semanada.
Nessa idade, as crianças ainda têm dificuldade de lidar com um horizonte maior de tempo. Elas percebem o ciclo semanal que é quando a rotina da casa se altera: elas ficam sem ir à escola, os pais ficam em casa.
Dos 8 aos 10, 11 anos: Se os pais quiserem, podem fazer uma transição da semanada para a quinzenada. Dar dinheiro de 15 em 15 dias.
A partir dos 11, 12 anos: A criança já tem condições de lidar com um ciclo mensal. O dia do recebimento pode ser o mesmo dia em que os pais recebem o salário.
Como devem ser encaradas as solicitações das crianças que fogem do valor da sua mesada e como os pais devem resolver essa questão?
Pergunta difícil, pois envolve questões emocionais, já que os pais tendem a querer agradar os filhos. Além de questões relacionadas a responsabilidade da criança, os motivos do pedido, a frequência com que ela pede algo fora do valor que lhe é dado, os valores e comportamentos dos pais e dela mesma em relação ao consumo.
Dividir os pedidos de acordo com o grau de urgência ou real necessidade deles é importante para a criança e também para os pais. Os pais não precisam ceder se não acharem justo o pedido, mas precisam explicar e mostrar aos filhos o porquê de aquilo não ser prioridade.
Dizer não é uma forma de amar também. Mesmo que vocês possam dar tudo, é educativo negar de vez em quando. Os filhos valorizam mais, aprendem a esperar e o não ensina a lidar com a frustração também. Dizer não pode ser uma forma de evitar o consumo por impulso.
Vocês sabem de suas possibilidades financeiras e, junto com a criança, chegarão a um consenso de quais serão as melhores regras para a mesada. Nós listamos algumas ideias para ajudar vocês:
• 1
Dê mesada
A mesada serve para ensinar a criança a administrar o dinheiro. Isso evita que o jovem fique perdido quando tiver um salário pela primeira vez
• 2
Ensine a criança a anotar seus gastos
Estimule a criança a anotar quanto gastou da mesada e se conseguiu economizar. É um aprendizado para o futuro
• 3
Incentive a ter objetivos
A criança deve ser estimulada a ter objetivos para o dinheiro. Por exemplo, comprar uma bicicleta ou um ingresso para um parque. Quando o dinheiro for suficiente, deixe que a criança pague
• 4
Estimule a poupança
É possível ajudar o filho com motivações do tipo: se você conseguir juntar R$ 100, eu te recompenso com mais R$ 50
• 5
Ensine a importância do consumo consciente
Não adianta ter dinheiro para comprar se não existir o bem à disposição. É preciso economizar os recursos naturais, como a água ou a energia, para o futuro
• 6
Dê o exemplo
Não adianta falar para o filho não ser um gastador, se o pai ou a mãe se comportar como um consumidor compulsivo. Só compre algo se for realmente necessário e não por impulso. Controle-se também
• 7
Cuidado com o shopping
Não acostume seu filho a passear no shopping e sair de lá carregado de sacolas. Prefira lugares como parques, teatros, bibliotecas. Procure passeios gratuitos
• 8
Ir ao supermercado pode ser uma boa aula
Ir ao supermercado com crianças normalmente não é recomendado. Mas, se o objetivo for uma aula de economia, pode ser uma boa ideia. Ensine a escolher os produtos em promoção e os alimentos de época, que são mais baratos. Vá com uma lista e não saia dela
• 9
Ensine a generosidade
Doe o que não for mais necessário. Antes de épocas como Natal, aniversário ou Dia das Crianças, faça uma triagem nos brinquedos e roupas e encaminhe para doação
• 10
Ensine a cultura da prosperidade
Ensine o filho a não acumular coisas desnecessárias, para abrir espaço para o novo. Ter medo do futuro é manter um pensamento de escassez. O pensamento deve ser de confiança e prosperidade
• 11
Dê tempo em vez de presentes
As crianças não devem ser estimuladas a trocar a companhia dos pais por presentes. Sempre que puder, passe tempo com seu filho e ensine seus valores
• 12
Respeite o valor das coisas
Dinheiro, comida, roupas, brinquedos, tudo deve ser respeitado. Não permita que seu filho seja displicente com as coisas que compra, como dar uma mordida em um chocolate e jogar fora, ou comprar um brinquedo e deixar encostado
• 13
Não diga que quem economiza é pão-duro
Estimule o filho a guardar uma parte da mesada, para que, no futuro, ele também guarde uma parte do salário. Isso ensina a criança a economizar para realizar seus objetivos e não depender de empréstimos
• 14
Ensine a moderação
Os recursos naturais do mundo são escassos. Ensine a consumir com moderação, para que seja possível ter “o suficiente, para todos, para sempre”
• 15
Guardar dinheiro é hábito
Ajude seu filho a criar o hábito da poupança para a realização dos sonhos. A partir dos 3 anos, dê um porquinho para guardar as moedas. O cofrinho pode ser marcado com o cartaz “dinheiro para a compra do carrinho ou da boneca”
• 16
Cuidado com a escolha da escola
Os filhos não devem ser colocados em escolas cujo padrão social dos alunos é muito superior ao da família. Das duas, uma: ou a criança estará quase sempre excluída de passeios e outras atividades, ou a família se verá tentada a gastar mais do que pode para manter esse nível
• 17
Estimule hábitos saudáveis na alimentação
Ensine o filho a comer de tudo e dê preferência à comida caseira. Além de mais barata, é saudável. É possível envolver a criança na preparação de alimentos também
• 18
Ensine limites
Seja firme no “não”. Se não pode comprar, não aceite a birra do filho. Ele não vai poder se jogar no chão quando for um adulto e não tiver o que quer
• 19
Não gaste mais do que ganha
Não acostume seu filho a um padrão acima do que pode pagar. A família toda deve viver com o que ganha, e não com recursos de empréstimos. No primeiro “não” que o filho receber, vai achar que o pai é um fracassado
• 20
Cartão de crédito não é dinheiro
Os adolescentes devem aprender que o cartão de crédito não é dinheiro. Seu uso tem um custo e, se não houver dinheiro para pagar no fim do mês, haverá juros altos.
Fonte: Uol Economia
Como vocês estão educando financeiramente os seus filhos? Têm dicas para compartilhar?
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A clínica pediátrica Joseph El-mann é especializada em atendimentos pediátricos e neonatologia. A clínica oferece serviços de consultas em consultório ou em residência, parto assistido, aplicação de vacinas, consultas internacionais e visitas hospitalares. A clínica é chefiada pelo doutor Joseph El-mann, graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no ano de 1991.