Doença Meningocócica

A Doença Meningocócica é uma infecção causada por uma bactéria, a Neisseriameningitidis. O meningococos é uma bactéria Gran negativa que é dividido em pelo menos 13 sorotipos das quais os sorogrupos A, o B, o C, o Y e o W135são os que mais frequentemente causam doença.

É uma doença de evolução rápida e com alta letalidade. Mesmo em países com assistência médica adequada, a meningococcemia pode ter uma letalidade de até 40%. Geralmente acomete crianças e adultos jovens, mas em situações epidêmicas, a doença pode atingir pessoas de todas as faixas etárias.

Transmissão

O ser humano é o único hospedeiro natural da N. meningitidis. Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios mecanismos de defesa do organismo. Desta forma, a condição de portador assintomático tende a ser transitória, embora possa se estender por períodos prolongados de meses a até mais de um ano.

Em menos de 1% dos indivíduos infectados, contudo, a bactéria consegue penetrar na mucosa respiratória e atinge a corrente sanguínea levando ao aparecimento da doença meningocócica. A invasão geralmente ocorre nos primeiros cinco dias após o contágio.

Manifestações clínicas

A apresentação clinica mais comum é a meningite, seguido por septicemia (infecção sanguínea) ou uma associação dos dois. Outras formas menos comuns podem ocorrer: pneumonia, endocardite, pericardite, artrite, conjuntivite, uretrite ou faringite.

A meningite é uma inflamação das membranas que cobrem e protegem o cérebro e a medula espinhal. A septicemia (infecção sanguínea) é mais severa e com prognóstico pior.

Os sinais e sintomas de meningite e septicemia meningocócica típicas são: febre, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca, fotofobia (rejeição a luz), confusão, letargia, convulsão, desconforto respiratório, náuseas e vômito.

A septicemia é caracterizada por febre e erupções petequiais na pele e muitas vezes hipotensão com choque levando a falência de múltiplos órgãos.

A doença pode evoluir muito rapidamente e pode causar a morte em cerca de 10% dos casos e em 10 a 20% dos casos ocorrem sequelas após a doença (surdez, cegueira, sequelas neurológicas, etc.).

Período de Incubação

Geralmente 3-4 dias. A possibilidade de transmissão desaparece dentro de 24 horas após o início do tratamento com antibiótico apropriado.

O contato com um caso de doença meningocócica

Tendo ocorrido um caso de contato próximo de meningite não implica necessariamente um risco elevado de desenvolver a doença; Deve-se levar em conta que o risco global é reduzido entre os contatos sendo maior entre coabitação familiar. Em qualquer caso, a avaliação adequada da situação por um médico que vai nos dizer quais os passos a seguir é necessário.

Em medidas gerais, quando indicado, que pode consistir na administração de antibióticos e / ou vacina para profilaxia adequada.

Notificação – É de notificação compulsória e investigação obrigatória.

Definição de caso

  • Suspeito: Todo paciente com sinais e sintomas de meningite (febre, cefaléia, vômitos, rigidez de nuca, sonolência, convulsões). Menores de um ano, em geral, não apresentam rigidez de nuca, mas sim abaulamento de fontanela;
  • Confirmado:A confirmação é feita através de exame laboratorial (fundamental para se saber a etiologia das meningites) e esta confirmação é feita através do exame do líquor.

MEDIDAS DE CONTROLE

  • Quimioprofilaxia:é feita em contatos íntimos do doente (pessoas que residem no mesmo domicílio, ou que compartilham o mesmo dormitório em internatos, quartéis, creches). A quimioprofilaxia não garante proteção absoluta. Na prática, não se faz pesquisa de portador assintomático, mas a quimioprofilaxia dos contatos elimina parte deles, pois a maioria dos casos se contamina com portadores de convívio íntimo. As vacinas contra meningites conferem proteção durante um tempo limitado e são sorogrupo específicas, não induzindo a imunidade cruzada. Está disponível na rotina dos serviços de saúde somente a vacina contra o Meningococos-C.

O isolamento do paciente só se faz durante as primeiras 24 horas de tratamento, com o antibiótico indicado. O paciente deixa de ser contagioso após 24h do tratamento com antibioticoterapia adequada.

Desinfecção concorrente e terminal – deverá ser feita em relação às secreções nasofaríngeas e aos objetos contaminados por elas. O paciente deve receber quimioprofilaxia antes da alta, pois a antibioticoterapia venosa nem sempre elimina as N. meningitidis da orofaringe.

Últimas Novidades

Muito Obrigado!
O link de acesso ao seu
e-Book já está no seu E-mail.